Montagens




Montagem azimutal e equatorial


Chamamos de montagem para telescópio à estrutura destinada a sustentação do tubo e os demais acessórios ópticos que compõem o telescópio. Um iniciante que compra seu primeiro telescópio se preocupa em adquirir um instrumento que apresente boas imagens e principalmente um grande aumento, deixando de lado este componente muito importante. Uma montagem que possui uma estrutura muito leve faz com que qualquer toque ou mesmo uma leve brisa produza uma vibração que pode persistir por alguns segundos prejudicando a visão dos objetos. Uma boa montagem deve apresentar uma estrutura forte, robusta e proporcional com as dimensões do tubo. Existem dois tipos distintos de montagens: a azimutal e a equatorial. No caso da montagem equatorial existem diversos tipos e a mais conhecida é a montagem equatorial alemã.



Montagem equatorial alemã




1- Contrapeso
2- Eixo de declinação
3- Motor e sistema de engrenagens
4- Tripé
5- Ajuste de latitude
6- Luneta polar
7- Eixo de ascensão reta
8- Eixo de latitude
9- Ajuste de azimute
10- Apoio do tubo

A montagem equatorial possui dois eixos ortogonais entre si, ou seja, formando um ângulo de 90 graus. Um desses eixos, chamado de eixo de ascensão reta ou polar, é posicionado de forma paralela ao eixo de rotação da Terra permitindo assim o acompanhamento dos astros por meio de um único movimento. O outro eixo chamado de declinação é colocado perpendicularmente ao eixo polar. Esse tipo de montagem apresenta uma construção bem mais complexa que a azimutal, pois exige grande precisão nos eixos, no sistema de engrenagens e motorização. A montagem deve ser sustentada por uma estrutura bem robusta e pesada como tripés apropriados ou mesmo pedestais fixados ao solo. Para funcionar corretamente a montagem deve apresentar um posicionamento preciso com o eixo polar voltado para o sul (para os países do hemisfério sul) e a inclinação do eixo de ascensão reta correspondente com a latitude no local. Esta montagem também trabalha com círculos graduados (ascensão reta e declinação) que permitem a localização de objetos por meio de coordenadas.


Montagens equatoriais das marcas Celestron e Meade.



Montagem Azimutal

Montagem Forquilha


Nesta montagem o telescópio gira em torno de um eixo vertical que faz com que o tubo realize um movimento paralelo ao horizonte. A montagem apresenta também um outro eixo na posição horizontal que permite um movimento de altura. Esse tipo de estrutura normalmente é montada sobre um tripé simples o que a torna uma montagem leve e de fácil manuseio. A montagem dobsoniana, muito usada em newtonianos, é um bom exemplo de montagem azimutal simples. A dobsoniana é uma montagem de fácil construção, pois sua estrutura é toda feita em madeira. Mas essa montagem apresenta algumas limitações para fins astronômicos, pois ela não acompanha o movimento aparente dos astros ( provocado pela rotação da terra ). Para acompanhar um determinado astro é preciso acionar ambos os movimentos. Por esses motivos a montagem azimutal é usada principalmente em observação visual.


Telescópio Celestron com montagem azimutal dobsoniana.

A montagem forquilha também é muito utilizada em observatórios e por astrônomos amadores. Esta montagem possui uma estrutura de dois braços semelhante à letra "U" e o tubo do telescópio é colocado entre esses braços. O tubo faz o movimento de declinação dentro da forquilha e na base dessa estrutura encontra-se o eixo polar com o sistema de engrenagens, motor e inclinação compatível com a latitude local.
Esta montagem pode ser montada em tripés ou em estruturas mais robustas e pesadas como é o caso da montagem chamada disco polar que é usada com mais freqüência em telescópios profissionais e de grande porte. Neste caso toda a estrutura da montagem é apoiada diretamente no chão e com isso é preciso deixar o telescópio fixo no local e protegido por uma cúpula ou outro tipo de estrutura.


Telescópio equatorial forquilha da marca Celestron.



Montagem Chassi

Montagem Berço


A principal característica da montagem equatorial tipo chassi são dois braços paralelos entre si responsáveis pela sustentação de toda a óptica. O tubo é colocado entre os dois braços realizando o movimento de declinação. Nas extremidades dos braços encontramos as estruturas que proporcionam à montagem a inclinação necessária para que o movimento de acompanhamento se processe de forma correta. Essa inclinação é feita de acordo com a latitude do local onde o telescópio é instalado. Por ser uma montagem pesada, complexa e de grandes dimensões a montagem tipo chassi é encontrada com freqüência em grandes observatórios sendo pouco popular entre os amadores. Um bom exemplo de telescópio com essa montagem é o telescópio de monte Wilson.


Telescópio de 2.5 metros do observatório de Monte Wilson.

A montagem equatorial tipo berço possui muitas semelhanças com a montagem em chassi. Esta montagem também possui os mesmos braços que suportam o tubo e os componentes ópticos. Temos também as estruturas que dão à inclinação ideal para o movimento de acompanhamento. A principal diferença é que este tipo de montagem possibilita a observação de astros próximos ao pólo celeste.
Na montagem tipo chassi os dois braços são separados por uma barra que impede de apontar o telescópio para a região polar. Este problema foi resolvido na montagem tipo berço com a colocação de uma barra com forma semelhante a uma ferradura.
Um exemplo clássico dessa montagem é o grande telescópio Hale de Monte Palomar.



Telescópio Hale de 5 metros de diâmetro do Monte Palomar.


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